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  • rodrigowalker 16:41 on 10 de March de 2012 Permalink | Responder  

    Pulsar. 

    Não te esquece;

    Sempre te lembra de tudo.

    Por favor…

    Lembra-te de todos os dias:

    Dos amenos, dos tristes, confusos,

    Mas principalmente revive os alegres.

    Revive-os, reinventa-os.

    Não para o futuro,

    E sim para o presente

    Que pulsa incessante no meu coração.

    .

    Levanta teu olhar e encontra o meu.

    Põe a tua mão na minha e

    Sente… sente… ouve o bater intenso

    E me abraça, pequena,

    Com a cabeça no meu peito

    [a minha sobre a tua] e

    Ouve… ouve… sente

    O meu coração dizer

     o teu sobrenome:

    Ácido que se faz doce em minha boca.

    Quase grito.

    .

    E não te esquece,

    Lembra de todos os abraços,

    De todas as palavras, do silêncio,

    De todos os desencontros.

    Não te esquece dos dias de chuva,

    De frio e de solidão.

    E vive o sereno que é pulsar todo esse presente-sempre

    De cada instante

    Do meu jeito desajeitado de te amar.

    Rodrigo Viana Passos

     
  • rodrigowalker 16:41 on 12 de January de 2012 Permalink | Responder  

    Sorriso. 

    Essas músicas…
    Bem…
    Não me são estranhas.
    Só não sei cantá-las;
    sei nem a letra;
    sei mesmo é de nada.
    Falta-me um sorriso.
    .
    Mas não me são estranhas!
    Por isso continua.
    Prossegue o canto,
    que eu vou ouvir.
    Mas não olha pro meu rosto!
    Está meio cinza
    – de sempre.
    .
    A boca rija tem a lingua impaciente,
    porém presa entre meus dentes.
    …E a saliva vai acumulando…
    Até que engulo com uma careta
    qualquer coisa pra dizer.
    .
    Termina a canção com o que preciso.
    Tão metafisicamente concreto
    é esse sorriso,
    que me deste sem saber!
    Mas, insisto,
    não olha pra mim ainda.
    Ainda…
    .
    Preparo eu, então,
    uma canção.
    Uso matemática complexa,
    abstrações da mais pós-moderna filosofia crítica,
    e até um pouco de física:
    é pra entender a minha inércia.
    .
    Minha canção tem a idade do universo!
    Mas percebo, frustrado,
    que apenas fiz um esboço torto.
    É apenas um desenho do que vi.
    Uma momento não pode ser, mensurado, calculado…
    .
    Chego em casa bêbado de mim mesmo,
    cansado, triste, impaciente!
    Uma dose de tinta e um maço de papel
    é tudo o que quero,
    necessito e grito!
    A lingua já é livre:
    é meu polegar, indicador e médio.
    .
    Acabei.
    Tudo, tudo e nada,
    pois acabar é improvável.
    Por isso sussuro aos teus olhos
    – e aos ouvidos também –
    que a canção sobre aquele sorriso
    nunca terá fim,
    e será de mais ninguém.
    Rodrigo Viana Passos
     
  • rodrigowalker 16:41 on 23 de December de 2011 Permalink | Responder  

    Mal [dito] de sangue. 

    Via a escuridão;

    Apenas sentia o ar gelado.

    E quando num piscar

    meus olhos se fecharam,

    n’outro  estavam abertos,

    Esbugalhados,

    Prontos para a vida.

    Mas minha mente adormeceu.

    Cocei a cabeça,

    Mais para sentir os cabelos.

    .

    Bocejei:

    Uma péssima palavra para começar o dia.

    Apreciei o sabor de minha boca:

    Era amargo.

    E cocei meus pensamentos.

    Quis roer uma unha;

    Pus um dedo na boca,

    Tão amargo quanto ela…

    Maldição!

    .

    Cantava então uma música qualquer,

    Tropecei [nas palavras] e caí.

    Mas um verso ainda ecoava,

    De cara no chão e pensamento ao vento.

    Era amargo em minha boca também.

    Tinha gosto de sangue.

    – Poderia ser meu…

    Da minha cabeça escorria.

    Provei-o:

    – É, é meu.

    Sorri

    Rodrigo Viana Passos

     
  • rodrigowalker 16:41 on 4 de December de 2011 Permalink | Responder  

    Do poema. 

    Prometi com a partida
    Escrever um poema por dia.
    Quanta maldade fiz pra mim!
    Escrever tanto assim? Dói…
    Dói o ego, mãos e costas;
    Coça orelha, nariz e garganta;
    Ofega o pulmão,
    Tenho taquicardia
    E o pensamento estanca na ladeira.
    Tanta moléstia num momento só.
    .
    Falarei dos poemas agora.
    Não são limpos, sujos
    Nem um apenas.
    São tudo uma falta de bom senso.
    Andam sem jeito pisando no seco,
    Mas molhados ficam por um acaso.
    Por isso não são nada!
    São todos pedaços da minha vida.
    Rodrigo Viana Passos
     
  • rodrigowalker 16:41 on 3 de November de 2011 Permalink | Responder  

    Besteira de dia. 

    Desejo que o dia acabe

    E que junto eu vá também.

    Queria, sinceramente, que amanhã não fosse.

    Ontem deveria ser sempre o devir.

    E assim tudo estaria infinitamente.

    Rodrigo Viana Passos

     
    • Mariana de Castro 16:41 on 19 de Novembro de 2011 Permalink | Responder

      Quase esqueci de ti. E de que tu escrevia. E de que tu escrevia poemas, também. Que bom que eu lembrei.

  • rodrigowalker 16:41 on 22 de October de 2011 Permalink | Responder  

    Versos do [de] vento. 

    Versos do [de] vento

    Pega as tuas coisas.

    Vamos à praia

    De encontro ao vento

    E no sentido contrário à melancolia.

    *

    Traz contigo O olhar,

    Aquele mais atento,

    Pois veremos o pôr-do-sol,

    Escrever uma poesia que se vai

    – Pensamento que parte com o mar.

    *

    Doutora, não gosto de te chamar assim.

    Prefiro simplesmente o teu nome

    De garota,

    Louca [mulher]

    Aquele que é poema.

    *

    Amiga, o sol já se foi.

    Mas voltar ele sempre volta

    Ofereçamos um verso a ele.

    Apenas mais um.

    *

    Agora senta nessa areia

    [Que escorre entre os dedos]

    E presta atenção no suspiro do vento.

    Além de senti-lo, ouve o que tem a dizer.

    – Pois é, eu sei.

    São meus versos para ti.

    Rodrigo Viana Passos

     
  • rodrigowalker 16:41 on 6 de October de 2011 Permalink | Responder  

    Verde-cana. 

    A palavra estava perdida.

    O pensamento?

    Também não se sabia onde estava,

    Nem ele sabia onde cair…

    Os lugares e mentes são cada vez mais inóspitos.

    .

    “Pense e  olhe onde pisa!”,

    dizem-me algumas vozes meio sem vida,

    de corpos sadios, mas de alma morta…

    e peitos gélidos.

    Peitos gélidos…

    Carapaça de mentiras… Sangue de barata.

    .

    Palavras morreram…

    Pensamentos entraram em luto eterno.

    “Todos” vestem-se para o enterro mais triste da história.

    Vou de verde-cana.

    .

    Encontrei primeiro uma.

    Depois outra, e outra, mais aquela e essa,

    mais acolá do que para cá.

    Pelo menos reencontrei minha palavra,

    e, perdoe-me quem quer que seja:

    não foi numa mesa de bar.

    Eu, Rodrigo Viana Passos.

     
  • rodrigowalker 16:41 on 20 de September de 2011 Permalink | Responder  

    O fruto do louco. 

    Finalmente um dia frutífero. Finalmente as árvores da realidade resolveram me dar o que comer. Apreciei cada mordiscada dessa fruta proibida, e talvez até me condenem por isso, assim como Adão e Eva foram. Simplesmente pelo fato de ousar além do “certo” – e disso lembro algumas reflexões antigas que surgiram quando da minha fase vulcânica de transformar tudo em tese e antítese. Nunca me cobrei sínteses… Elas não existem de fato em si, pois mais tarde acabam transmutando-se em uma tese, velha, em estágio final de putrefação.
    Pensando melhor, acho que eu transformei a mim mesmo numa síntese defeituosa, e o problema de tornar-se algo assim é o simples fato de que se deixa de viver para basicamente permanecer. Torna-se, portanto, um resultado, um produto acabado. O ser humano não é isso, e não é mera concepção idealista… metafísica, o que quer que seja dito como algo das nuvens. É pura constatação por experiência própria – valendo dizer que sou eu a cobaia principal, apesar de que eu já utilizei muita gente para esses fins, mas nesse caso por meio de observações cotidianas. (É por isso que eu insisto na utilidade intelectual do transporte público).

    Até agora gostei do que li de mim mesmo nesse texto. Sinto a desorganização presente em cada período, repleta de desespero pela mudança. Ao contrário do que tenho vivenciado ultimamente nos ambiente opressores chamados salas de aula – que por sinal deveriam ser ambiente de emancipação do intelecto e do ser, quem sabe -, a escrita sobre a vida deve ser nada metodológica e o mais abstratamente concreta possível, além de, partindo da própria estrutura da frase anterior, repleta de contradições (para quem conseguir definir com palavras o que viria a ser “abstratamente concreta” eu darei um doce de batata doce).
    Eu tinha esquecido essa escrita… Fui submergido por uma torrente de palavras sem gosto, textura ou odor. Palavras que teoricamente buscam expressar pensamentos nobres. Não nego essa última parte, pois posso dizer que aprendi muito com esses textos, porém esse processo destroçou a minha outra parte – pulsante, ativa, vívida… A palavra jurídica destrói e deixa pouco no lugar. As que eu mais apreciava, talvez até amasse, pois era com elas que me fazia presente no mundo.

    No meu famoso canto sombrio permaneci calado demais, pensando em praticamente nada de útil. Apenas esquecendo e esquecendo… Mas hoje eu comi do fruto proibido, e já sinto renascer a minha loucura sadia. Espero que essa árvore da qual me servi venha a dar frutos para sempre daqui pra frente.

    Continua… Algum dia.

     
    • . 16:41 on 20 de Setembro de 2011 Permalink | Responder

      “É por isso que eu insisto na utilidade intelectual do transporte público.”
      Alguns se valiam da metafísica do chocolate. Outros do tabaco. Álvaro de Campos sucumbia à janela.
      Ótimo perceber que tu agora te negas a acenar pro Esteves cá embaixo.

      Deves um doce de batata doce ao Estar.

      Esse Estar, o agora, o instante-já, uma reunião de onomatopeias.
      Sim, aquilo difícil de escrever mas que define com precisão o momento: um “ai”. Não É: um suspiro, um grito (de dor, de raiva, de vontade…), uma palavra de ordem, um refrão de porca música sertaneja.

      Não há nada tão abstratamente concreto.

  • rodrigowalker 16:41 on 27 de June de 2011 Permalink | Responder  

    Complexo das letras. 

    Chegou hoje. Chegará amanhã. Ontem já chegou e já foi, passar bem. E desse momento mais quero fugir que saborear seja lá o que tiver para isso. Toda vez que toco os dedos no teclado, sinto que falta algo, e já tenho previsto todas as palavras que aparecerão no espaço em branco da tela do computador. Sinto falta da minha conversa fervorosa sobre política, tempo, sociedade, poesia, música. Passado, passado, passado… Passado. Há tanta coisa para dizer e eu só consigo pensar nisso. Talvez por isso a verbalização do meu pensamento tem sido tão simplória, tão fraquinha. Disso só posso concluir que tem me faltado coragem (isso me lembra uma música). Por isso, pus numa meditação eterna, mas bem turbulenta, sem olhos fechados e paz interior. Deixei o tempo passar mesmo, larguei algumas coisas de mão, outras ficaram para domingos à noite, ou segundas até 3h da manhã; e  para algumas pessoas eu esqueci de falar o necessário e disse menos que o suficiente. Funcionou muito não… Persistiu o fato de que eu preciso de uma palavra diferente. Não precisa nem ser minha. Na verdade é melhor que seja de outra pessoa, acompanhada de um olhar e um sorriso diferentes.

    De fato [de fato] mesmo, minha cara de tédio só aumentou com certas coisas. No dia dos namorados me pediram um texto etc, aquela coisa toda. Mas sinceramente o facebook me fez desistir, assim como os diversos sapos com corações em exposição em todos os tipos de lojas possíveis. (Sinto que estou parecendo um vlogueiro chato qualquer que procura algo no dicionário sobre o que reclamar). “[…]senhor, piedade, dessa gente careta e covarde[…]”. Já me emocionei e gastei mais nesse dia de junho. Entendo que isso foi uma extensão da minha agonia com uma certa pompa cotidiana das pessoas. Dito pelo não dito; nada dito; pouco dito; ditado, ditadura, sei lá… É mais que um jogo de palavras. De uma maneira ou de outra, as coisas têm sido opressoras nesse mundo. Ou eu fui perceber isso melhor agora.

    Alguns dias, pessoas têm me oferecido palavras novas e mais reconfortantes, mas sempre tento me livrar desse estado de graça por saber que a coisa toda tá uma merda. Minha mente logo faz um esforço contrário a esse pensamento, e me propõe que o niilismo é apenas uma forma cômoda de reclamar e não fazer nada por dizer-se cansado de tudo [aquilo que ainda nem vi]. Dessa tese e antítese tem surgido uma síntese ainda sem corpo definido, até porque meus pensamentos andam lentos e previsíveis: procuro um forma nova de ser enquanto um alguém racional. Isso demanda tempo e paciência [dos outros]. Por vezes acho que, se eu pudesse, ficaria a vida toda deitado olhando o sol surgir e desaparecer, dando lugar às estrelas e à lua – posso nem chegar ao nirvana com isso.

    Como se percebe, esses parágrafos não tem uma relação muito explícita, nem vou tentar construí-la aqui. Foram escritos num mesmo dia, porém em momentos [mentais, espaciais e temporais] diferentes. Ainda bem que o ENEM  já foi. Não aguentava mais aquela coisa toda (necessária, admito). De qualquer forma, gostei do processo. A partir dele pude visualizar muitas reações cotidianas minhas. Sono, interesse, esforço, frustração, desistência parcial, sono, raiva, vontade, ímpeto, resignação, alívio, sono. A vontade de dormir aparece várias vezes, percebo. Só quero dormir e sonhar com algo melhor mesmo afinal.

     
  • rodrigowalker 16:41 on 22 de June de 2011 Permalink | Responder  

    Nenhum de nós – Eu não entendo
    Por que você não disse que viria?
    Logo agora que eu tinha
    Me curado das feridas
    Que você abriu quando se foi
    Por que chegou sem avisar?

    Eu queria tempo pra me preparar
    Com a roupa limpa, a casa em ordem
    E um sorriso falso pra enganar

    Eu não entendo a sua volta
    Eu não entendo a sua indecisão
    Num dia sou seu grande amor
    No outro dia não, não, não
    Por que a surpresa da sua volta?
    Justo quando eu tento vida nova

    Você vem pra perguntar
    Se tudo que eu sentia acabou
    Você até parece um vício
    Que largar é quase impossível
    Exige muito sacrifício

    E quando eu me considerava limpo
    Vem você pra me oferecer mais
    Vem você pra me oferecer mais, mais, mais
    Eu não entendo a sua volta
    Não entendo a sua indecisão
    Um dia sou seu grande amor
    No outro dia não, não, não

     
    • Mariana de Castro 16:41 on 24 de Junho de 2011 Permalink | Responder

      E quando mesmo se não volta, manda a presença pra atormentar? Amor de alucinação, amor alucinado, amor de gente besta. Vai ver nem amor é =P

      • rodrigowalker 16:41 on 25 de Junho de 2011 Permalink | Responder

        Mariana sempre me matando com palavras certas. XD

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